🗿 AULA 1 - FILOSOFIA
PROF. OLEGÁRIO AUGUSTO
1. Introdução
A história do pensamento político moderno é marcada por duas correntes que, embora opostas em muitos pontos, são fundamentais para compreender os debates sociais e políticos contemporâneos: o conservadorismo e o progressismo. Esses conceitos não devem ser vistos como categorias fixas, mas como tendências de pensamento que orientam escolhas, políticas e práticas sociais.
Nesta aula, o objetivo é apresentar as bases históricas e filosóficas dessas duas correntes, discutir seus valores centrais e estimular o pensamento crítico por meio da comparação entre elas.
2. O Conservadorismo
O conservadorismo surgiu no final do século XVIII, como reação à Revolução Francesa e às mudanças sociais provocadas pelo Iluminismo. O pensador mais associado a essa corrente é Edmund Burke (1729–1797), que defendia reformas graduais em vez de transformações radicais.
Características principais:
Valorização da tradição: instituições como família, religião e Estado devem ser preservadas.
Ordem e estabilidade: mudanças rápidas podem gerar caos social.
Autoridade e hierarquia: necessárias para a manutenção da coesão social.
Reformas cautelosas: transformações são admitidas, mas de modo lento e controlado.
Exemplo histórico:
No século XIX, o conservadorismo foi associado à defesa das monarquias constitucionais e à resistência contra movimentos revolucionários que buscavam alterar radicalmente a estrutura social.
Referência: BURKE, Edmund. Reflexões sobre a Revolução em França. São Paulo: Edipro, 2014.
3. O Progressismo
O progressismo tem suas raízes no Iluminismo (século XVIII) e na crença de que a razão humana pode construir uma sociedade mais justa. Inspirou movimentos liberais, republicanos, trabalhistas e, mais recentemente, aqueles que lutam por direitos civis e sociais.
Características principais:
Mudança social: a sociedade deve avançar para superar desigualdades.
Igualdade e justiça social: busca pela ampliação de direitos.
Racionalidade e ciência: meios para melhorar a vida coletiva.
Crítica às tradições: instituições devem ser avaliadas pela sua função social, não apenas preservadas por hábito.
Exemplo histórico:
Os movimentos abolicionistas, feministas e de direitos civis no século XX são expressões progressistas, pois buscavam romper tradições discriminatórias em prol da igualdade.
Referência: HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
4. Atividade em Sala (20 minutos)
Dividir a turma em dois grupos: um representará o pensamento conservador e o outro o progressista.
Tema de debate: “O impacto da tecnologia digital na vida social: ameaça ou avanço?”
Regras: cada grupo terá 5 minutos para expor seus argumentos, 5 minutos para réplica e 5 minutos para uma conclusão coletiva.
Critérios de avaliação: clareza de argumentação, uso dos conceitos estudados e capacidade de contra-argumentação.
5. Conclusão

O estudo do conservadorismo e do progressismo ajuda a compreender não apenas a história das ideias políticas, mas também os dilemas atuais enfrentados pela sociedade. Ao analisar essas correntes, os alunos desenvolvem capacidade crítica para entender os conflitos entre tradição e mudança, estabilidade e inovação, ordem e liberdade.
6. Referências

BURKE, Edmund. Reflexões sobre a Revolução em França. São Paulo: Edipro, 2014.
HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BOBBIO, Norberto. Direita e Esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: UNESP, 1995.
HEGEL, G. W. F. Princípios da Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2001.